Como a inteligência artificial pode te ajudar a conseguir emprego

Imagem: Pixabay

A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL ESTÁ CADA VEZ MAIS PRESENTE NO PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO


A tecnologia de recrutamento com inteligência artificial foi bastante aperfeiçoada nos últimos anos, portanto, os recrutadores têm usado cada vez mais esse recurso. O uso se tornou mais frequente em razão da pandemia de Covid-19. Um relatório de 2019 afirma que o crescimento do uso de inteligência artificial é tão alto que substituirá 16% dos empregos no setor de recrutamento até 2029. Mas como lidar com essa realidade? A inteligência artificial é vilã ou a melhor amiga do profissional? Como a inteligência artificial pode te ajudar a conseguir emprego atualmente?


O que é inteligência artificial?


A Inteligência Artificial pode ser definida como uma ferramenta que facilita a tomada de decisões por meio do uso de dados. O uso já está presente no nosso cotidiano. Está presente por exemplo, no preenchimento automático das buscas no Google. Sabe quando você digita "empr" e o Google completa a palavra sugerindo "emprego" "empresa" "empreendedor" e outras palavras similares? Isso é inteligência artificial

Também está naqueles softwares de reconhecimento de imagens. Mas também já está no recrutamento e seleção, nas nossas buscas por emprego. 



Todo mundo quer o emprego certo e toda empresa quer contratar a pessoa certa


As perguntas e respostas usadas pelos sistemas de IA para R&S (recrutamento e seleção) foram elaboradas para avaliar diversos aspectos da personalidade de um candidato, bem como sua inteligência e também, sua tolerância ao risco e a rapidez com que responde a diferentes situações.

Geralmente, se o profissional passar pelos requisitos da IA, ele segue para uma entrevista com um recrutador humano.

Há também softwares de recrutamento, como por exemplo, a empresa americana HireVue, que utiliza vídeos em seu sistema de inteligência artificial. 

Os candidatos gravam vídeos respondendo a perguntas de entrevistas, a gravação de áudio e vídeo é convertido em texto, e assim, a IA procura palavras chaves especificadas para a empresa/vaga em questão, analisando o match do profissional com a instituição.

Kevin Parker, CEO da HireVue, diz que a inteligência artificial é mais imparcial do que um entrevistador humano, e portanto permite um processo seletivo mais justo. 


Desafios do recrutamento por IA


Não é que o recrutamento por IA seja perfeito e não existam preocupações com o seu uso.

A Amazon, por exemplo, abandonou o uso do seu sistema de AI em 2018, e avaliou que ele era preconceituoso em relação a mulheres que se candidatavam. 

Um dos principais desafios é a correta análise do que os candidatos estão dizendo ou escrevendo. Questões como sotaques e regionalismos, além de nuances, contextos do que é dito, principalmente. No Brasil isso se torna problemático por causa da diversidade cultural que possuímos. 

A inteligência artificial não sabe indentificar intuitivamente o que alguém "quer dizer", nem é capaz de interpretar as expressões e as peculiaridades de cada pessoa.

Isto só é possível numa conversa ser humano para ser humano. 



A Inteligência Artificial vai substituir os profissionais de RH?

 

Presume-se que não. 

Apesar dos inúmeros benefícios da IA para as empresas, o olho no olho ainda é necessário, e certamente continuará sendo.

A IA funciona como um filtro, tornando mais eficiente e mais rápido os processos de seleção.

Se antes o recrutador tinha que entrevistar diversas pessoas com habilidades que não eram compatíveis com a vaga ou com o perfil da empresa, agora não mais. Economiza-se tempo: da empresa e da pessoa que procura emprego. 

O algoritmo seleciona candidatos seguindo o padrão especificado para a vaga, pela empresa, fazendo uma seleção dos currículos mais promissores e geralmente, a etapa seguinte, é com o especialista em R&S, porque as características subjetivas de uma pessoa - as chamadas soft skills - geralmente não estão descritas no currículo e nem são identificadas pela IA.

Ou seja, o olho no olho nunca será excluído dos processos. 



Um olhar positivo


Segundo a estrategista de carreira Carolina Okubo, a inteligência artificial modificou a forma como entramos no mercado de trabalho, e isso é excelente. 

O método "antigo" de buscar uma colocação profissional era "ser escolhido". Aquele método comum e que embora ainda seja praticado, já está entrando em desuso na medida em que as pessoas percebem que não funciona para todas as empresas e segmentos. 

E que método é esse? 

O candidato envia currículo, distribui em todos os segmentos possíveis e espera ser escolhido por alguma empresa para concorrer e quem sabe, conseguir a vaga. 

O problema é que isso gera frustração, porque nem sempre, o profissional é escolhido por uma empresa que tem valores parecidos com os dele, ou para funções adequadas ao que ele realmente deseja. A frustração gera infelicidade e essa infelicidade, faz mal para os negócios. 

O papel da inteligência artificial no recrutamento, é exatamente localizar aquele profissional que combina com a empresa e com a vaga. Aquele profissional que vai se encaixar tão bem como uma peça de lego. 

Logo, o profissional está escolhendo, e não sendo escolhido. 

Uma das dicas que Carolina dá em sua conta do Instagram, é de que o candidato invista em autoconhecimento e estratégia: se o profissional reconhece quem é, o que faz, o que gosta, qual seu perfil, e analisa estrategicamente não só a vaga, mas também, avalia quais as empresas possuem compatibilidade com todas essas questões pessoais, ele se destaca.

Porque a partir disso, o profissional escolhe. E se candidata. Esse é o futuro das contratações para o trabalho. 

É certo que o método "antigo" ainda funciona muito bem para empresas locais. Muitas vezes o profissional consegue um trabalho entregando currículo em empresas do próprio bairro ou cidade, ou até mesmo por indicação de pessoas próximas. As prefeituras também mantêm os processos de contratação em parceria com as empresas e muitas vezes, esses processos ainda são feitos sem o uso de inteligência artificial.


No entanto, o profissional que deseja ir além dos muros do próprio bairro ou até mesmo, trabalhar em grandes empresas que atuam na cidade, ou aspira posições profissionais de alto nível, é necessário se adaptar à nova realidade de contratação através de IA. 


Por: Kathy Moreno

Uma pessoa curiosa escrevendo para outras pessoas curiosas.

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